O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação e taxa Selic 2021, ao mesmo tempo que reduziu a projeção do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números publicados no Boletim Focus nesta quarta-feira, 17. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com avanço de 3,62%. Esta é a sexta revisão de alta seguida. Há uma semana, a expectativa era de 3,60%, enquanto há um mês chegava a 3,43%. O novo valor está mais próximo do centro da meta de 3,75% perseguida pela autoridade monetária nacional, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. A inflação encerrou o ano de 2020 a 4,52% — acima das expectativas do mercado —, puxada principalmente pelo encarecimento dos alimentos. A meta para o Banco Central no ano passado era de 4%, com variação de 2,50% e 5,50%.
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Ao mesmo tempo, os analistas consultados pela autoridade monetária nacional revisaram a alta da Selic, o principal instrumento do Banco Central para o controle da inflação. A expectativa é que a taxa básica de juros da economia brasileira encerre o ano a 3,75%, acima dos 3,5% previstos há uma semana e 3,25% há um mês. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic a 2% ao ano na primeira reunião de 2021, decisão já esperada pelo mercado financeiro. A novidade foi a retirada do foward guidance, como foi classificada a política de não aumentar juros. Em nota, os técnicos do BC afirmaram que as condições para a manutenção da Selic rebaixada já foram cumpridas. O recado, porém, enfatizou que a derrubada da medida não significa o aumento automático da Selic nos próximos encontros. Analistas do mercado preveem que a taxa básica de juros comece a sofrer alterações a partir de agosto. A próxima reunião do Copom será entre os dias 16 e 17 de março.
O relatório também mostra maior cautela com o crescimento da economia neste ano. As fontes consultadas pelo BC esperam que o PIB avance 3,43%, ante estimativa de 3,47% na semana passada. Há um mês, a previsão era de 3,45%. O valor está abaixo do divulgado pela equipe econômica, que espera crescimento de 3,5% da atividade econômica neste ano. Para 2020, a expectativa do Ministério da Economia é de recuo de 4,5%, o maior tombo do PIB desde o início da série histórica. O avanço da pandemia do novo coronavírus e o atraso na vacinação são vistos por analistas como ameaças ao crescimento da economia neste ano. As fontes ouvidas pelo Banco Central congelaram a expectativa para o câmbio a R$ 5,01, o mesmo valor da semana passada, e ligeiramente acima dos R$ 5 esperados há um mês. O dólar opera em alta na manhã desta quarta-feira, cotado a aproximadamente R$ 5,40. Na semana passada, a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,37.
Fonte: Jovem Pan